domingo, 7 de outubro de 2012

"Os modelos económicos chileno e argentino são a grande vitória das ditaduras. As sociedades que crescem no medo aceitam como legítimo tudo aquilo que provém da força, seja das armas, seja do capital."

in As Rosas de Atacama

Onde é que eu já vi este filme?!


Já alertava Saramago

"Com as palavras todo o cuidado é pouco, mudam de opinião como as pessoas"

Não as atirem ao vento: democracia, igualdade, liberdade... As palavras têm vida dentro delas!
Nunca somos tão fortes como fazemos crer. Mesmo aqueles que já sofreram mais do que esperavam, aquelas a quem a vida magoou de formas inimagináveis, até esses, precisam de colo, precisam de apoio, precisam de conforto. 
Não somos fortes mesmo que já tenhamos caído mil vezes. Não somos fortes mesmo que já tenhamos perdido o nosso mundo e nos tenham deixados, abandonados, no meio dos destroços. Não somos fortes porque não fomos concebidos para sermos fortes, inabaláveis. 
Mas como o mundo tem tendência a sorver as nossas fraquezas, colocamos uma cara de guerra, limpamos as feridas e vamos à luta. 
Reservamos o abraço e o colo para a intimidade do nosso lar e continuamos lutando, lá fora, perante aqueles que preferiam ver-nos falhar, que não se alegram com as nossas vitórias, aqueles para quem as nossas conquistas sabem a derrota, a nojo, a revolta. Porque já cantava o outro "a gente vai continuar"


sábado, 6 de outubro de 2012

Porque não há música melhor para terminar um dia que parecia interminável


O que vai aqui de mensagens em rascunho dava para escrever um livro!!
Serpa tem um encanto especial para mim. Poucos conseguirão entender o fascínio que exerce em mim uma cidade que visitei - à séria - meia dúzia de vezes na minha vida. No entanto, quando chego a Serpa há uma familiaridade nas ruas, um conhecimento tácito da cidade - sem qualquer justificação - que me desarma. E o que eu gosto de cidades que me desarmam... Cidades que transcendem o espaço e o tempo, que marcam a "ferro e fogo" quem as percorre; cidades nas quais não vivemos, cidades que vivem, para sempre, dentro de nós. Gosto de levar essas cidades comigo, quando viajo, quando conheço novos lugares; gosto de ir coleccionando cidades e mundos dentro de mim na esperança de me tornar, também eu, um mundo rico e variado.
Há qualquer coisa nas cidades como Serpa que me cativa, talvez seja o ar antigo - adoro cidades com história, com um passado, com garra, com personalidade - ou talvez seja o facto de nada ter sido planeado, essas cidades aconteceram, foram crescendo sem obedecer a um esquema superior, sem respeitar uma régua e um esquadro; simplesmente nasceram da necessidade, da vida que dentro delas pulsava. Quando chego e entro na cidade há qualquer coisa que me prende. O avô adorava Serpa, o Guadiana. As pessoas que nascem perto de água parece precisar dela para o resto da vida, como se o corpo precisasse da água para respirar, para fluir. Ah, o que o meu avô gostava de passar o Guadiana, de olhar para o rio, de ver as pontes, de relembrar o que guardou bem fundo na memória. Foram tempos difíceis, tempos de guerra e fome, tempos de miséria e dor mas até esses tempos deixam saudade, porque nós éramos diferentes, porque um pouco de nós fica trancado nessas épocas e nada volta a ser como antes!
Lembro-me, com o saudosismo típico dos portugueses, dos piqueniques que fazíamos à beira-rio e da forma como contava histórias sobre aquela cidade muralhada. Talvez a forma como nos vendem algo marque, para sempre, a imagem que vamos ter sobre esse algo.
Sei que para mim Serpa, como Lisboa, como Évora soam sempre a muralhas, a fado e a noites sem dormir. Soam sempre a cantares nas tascas, a xailes para aquecer o coração, a noites vencidas. Soam a passado, a histórias, a tramas e enleios, a paixões avassaladoras... A vida!
Será sempre uma visão romântica, utópica até, mas é esta visão que me faz viajar. O tentar encontrar noutros lugares, em países distantes, a familiaridade que estas cidades exercem em mim...

Nas cidades que construímos hoje, a par com a modernidade temos a impessoalidade. É tudo pré-fabricado, chega tudo em caixotes e é só montar - qual estante do IKEA. As casas não guardam segredos, as paredes não escondem histórias de família e tudo acontece sem que nada de magnificente agite o mundo. Somos todos formatados para pensarmos da mesma forma, para aceitarmos tudo de igual modo. E quando algo diferente surge, uma nuancé nova aparece, prontamente aniquilamos a novidade, abafamos a mudança e colocamos o comboio, outra vez, nos eixos.
Falta-lhes identidade, genuinidade, falta-lhes a identificação com toda uma história, o suor dum povo.

O que nos falta, enquanto humanidade, perceber é  que a modernidade não deve nunca aniquilar o passado, a história, a arte. Falta-nos perceber que aquilo que herdámos não é nosso, apenas temos o dever de cuidar para que os outros que venham depois de nós também possam usufruir. Mas isso já são outros quinhentos...

Enfim, algures durante esta semana surgirá um post com fotos de Serpa, garantidamente! Aquela que o meu avô tanto amava e que me cativou!

Por aqui ouve-se música invernosa. Há dias que custam a passar... Temos que aprender a preenche-los com vozes que nos aqueçam por dentro.


Porque tem uma voz que me faz bem!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Mamma Mia!

Tento escrever algo enquanto a minha irmã revê o filme Mamma mia.

Primeira consideração: Detesto musicais!
Segunda consideração: Tenho saudades de Itália!








E, de repente, começo a investigar preços de viagens! RUN!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O que me custa quando oiço jovens criticando os maquinistas por terem feito greve. CUSTA-ME!
E quando todo o meu corpo já rejubilava com a chegada do tão esperado outono, o calor regressa....

El paso del tiempo

Ontem foi dia de aniversário. 
Foi dia de parabéns cantados logo pela manhã.
Foi dia de muitos beijinhos. 
Foi dia de mensagens. 
Foi dia de bolos, tartes e doces variados. 
Foi dia de visitas especiais e abraços sentidos. 
Foi dia de balanços e de projectos. 
Ontem foi mais um dia de esperança, de desejos e de reforço duma vontade há muito declarada! 

Este foi um fim-de-semana que me encheu o coração de felicidade!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A lady to be

Surgem na imprensa internacional, divulgadas pela própria, imagens da Lady Gaga em lingerie. E eu pergunto: era mesmo necessário?! ERA?! Metade da população mundial já viu esta senhora em trajes menores por isso parece-me redundante!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Quem é que tem uma voz iguaaaaaaaaaaaaaalzinha a esta?!?!?!



Durante este ano surgiram várias oportunidades de ir a festivais e, prontamente, neguei todas! Comecei a ficar preocupada mas confirmei, durante esta semana, que sou uma pessoa de acústicos, de concertos pequenos, de auditórios fechados, de vozes ali, pertinho...

E este senhor anda em modo repeat no meu computador...



Da idade e outras maleitas

Durante toda a nossa vida lutamos contra o tempo. É uma luta inglória, na maioria dos casos, e sentimos que perdemos todos os dias um pouco da nossa energia sem que cheguemos a algum lado. 
Lutar contra o tempo, numa primeira fase, traz alguma adrenalina- vamos ficar "grandes", vamos tornar-nos adultos e ter todas aqueles benefícios que estupidamente achamos, quando somos crianças, que os adultos têm. Mas com o passar dos anos apercebemo-nos que ser adulto não é assim tão "fixe", que o facto de termos carta de condução não é algo tão surreal e que ter contas para pagar e responsabilidades não é algo que nos faça felizes!

Hoje, pela primeira vez na minha vida, senti-me velha. Não o sou, bem sei, mas senti-me. Senti-me cansada, exausta e com vontade de me sentar e ver simplesmente o tempo passar. Que não se exaltem as vozes defensoras dos séniores activos; eu senti-me como se o corpo não aguentasse mas embates. A verdade é que andamos uma vida inteira a levar puxões e empurrões da vida, custa muito encontrar caminhos viáveis e, muitas vezes, para os encontrarmos temos que percorrer tantos caminhos errados que até isso cansa!
Eu corri por várias estradas, tentei sempre caminhar quando sentia que estava nos caminhos certos e fechar os olhos e contar até 100 quando percebia que aquele caminho não me traria nenhuma felicidade. 
Fosse a linha que os diferencia assim tão visível...

Hoje, pela primeira vez na minha vida, senti-me velha. Senti que as conquistas erradas tinham determinado grande parte da minha vida. Senti que deixei que uma doença parva me condicionasse e senti vergonha de não ter admitido antes a dor psicológica que sentia. Perdeu-se parte de mim nessa viagem e ainda, passados estes anos, estou a analisar os danos.

Hoje, pela primeira vez na minha vida, senti-me velha. Senti necessidade de ter sonhos outra vez, sonhos estúpidos, sonhos infantis, sonhos impossíveis, sonhos como todos temos e que dão alento à vida. 

Mas depois a noite chega e o cansaço caí sobre os nossos ombros e esse velho amigo de outras batalhas, esse Senhor Cansaço, que tratamos como uma presença sempre assídua na nossa vida, leva a melhor.

Talvez o mal seja a falta de optimismo ou talvez seja um cansaço crónico... Falta-me ainda analisar as duas frentes dessa batalha!
Dói tanto, mesmo cá no fundo do peito, quando nos roubam os sonhos.
Dói tanto, mesmo no íntimo do nosso ser, quando descobrimos que os caminhos já não existem e as opções foram limitadas drasticamente.
Dói tanto, ao ponto de ficarmos sem ar, quando descobrimos que o ser que sonhámos ser nunca se tornará real...
Dói... E é uma dor inigualável, é uma dor que nos vence, que abala os nossos pilares e que nos faz duvidar do Mundo.
Dói...

B day!





Sinceramente, o passar dos anos não me incomoda minimamente. Todos temos que envelhecer, é a ordem natural do Mundo. NO ENTANTO, se estes presentinhos caíssem, por arte mágica, cá em casa, no meu B day ficaria muuuuito feliz :)










A música do sorriso apaixonado

Não consigo evitar!



E é isto... Este senhor consegue tocar os pontinhos todos!
http://manual-de-un-buen-vividor.blogs.elle.es/2012/09/26/el-curioso-incidente-de-la-mano-loca/



terça-feira, 25 de setembro de 2012

O estado da democracia

(Envio para os nossos dirigentes ou não??)

La la la lições de vida la la la

"It's not about what happened in the past, or what you think might happen in the future. It's about the ride, for Christ's sake. There is no point in going through all this crap, if your are not going to enjoy the ride. And you know what... when you least expect something great might come along. Something better then you even planned for." 


Cortar os pulsinhos

Alguém, deveras inteligente, decidiu criar um programa de culinária chamado "Prato do dia"... Basicamente, um senhor, sem jeito para falar em televisão, ensina-nos a confeccionar pratos deliciosos. Até aqui tudo bem não fosse a vontade que o espectador adquire - depois de 2 minutos de visualização do programa - de cortar os pulsos com as facas que o senhor utiliza para cortar as hortaliças. Mas será que os criadores dos programas assistem, uma vez que seja!, aos programas que inventam?!?! E quem faz estes castings?!?! QUEM?!?! Surge a questão...


A walk down memory lane

E na cidade parada no tempo, naquela cidade cujos velhos costumes e a tradição bolorenta continuam a imperar, surgem os gritos histéricos da praxe. Porque o que Beja precisa mesmo é de mais um reforço de feudalismo, um senhor de capote gritando para seres "inferiores" nomes tão agradáveis como "bicho". Os olhos colam-se ao chão e no meio da vergonha alheia que provocam, uns lá se vão rindo - como grandes senhores que são - e os outros temendo o pior que sabem que ainda está para vir... Afinal só são ainda nove da manhã!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

E assim, sem mais nem menos, sem explicação ou motivação, voltei a este espaço!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

PhD em Economia

Somos pessoas, não somos números. A nossa vida começa com simples afirmações como esta. Rapidamente definimos o que somos e, por arrastamento, o que não somos!
Somos feitos de sonhos e aspirações e não uma extensão duma máquina de calcular. Somos seres humanos com projectos e um futuro idealizado e custa-me imenso conhecer pessoas que tiveram que pôr a sua vida em espera, hipotecar os sonhos porque a crise venceu! 
Não nascemos com um PhD em Economia, em muitos casos não contribuímos para esta crise e, mesmo assim, ela continua a roubar-nos o futuro...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não sou uma pessoa que lide bem com a morte. O fim da vida sempre me atormentou mais do que seria expectável e esse "peso" paira sobre a minha cabeça diariamente. Talvez não seja o FIM que me assuste mas o curto espaço de tempo que medeia entre o princípio e o fim, tudo o que sinto que tenho que fazer e a possibilidade de não ter tempo para fazer.
Durante a adolescência esse medo carregava uma apatia que me fazia abstrair do Mundo, quase um pouco à moda do Reis. 

Com o tempo fui perdendo pessoas para essa batalha, pelos mais diversos motivos, e essas perdas foram-me dando uma noção de efemeridade, de curta-permanência neste Mundo. Li algures, quando era mais nova, que as pessoas recordam-nos para lá da nossa morte e que muitos anos após a nossa existência ter chegado ao fim, a nossa memória será esquecida, deixaremos de fazer parte dos jantares de família porque ninguém recordará histórias nossas, as nossas fotografias passadas não serão comentadas até chegar ao ponto de jazermos num velho baú encostado a uma parede, ganhado pó e teias de aranha. Dói se pensarmos na nossa vida como algo de curta duração ou se pensarmos que os que amamos e que nos amam invariavelmente terão de partir.
Contudo, por vezes, conhecemos pessoalmente ou vemos histórias de vida tão intensas, tão preenchidas que percebemos que apesar do tempo ser EFECTIVAMENTE pouco, tudo depende da forma como o gerimos. Felizmente, há pessoas que conseguem dar a volta ao tempo, mudar o destino, criar novos mundos e atingir aquele nível de imortalidade que nem todos conquistamos.

terça-feira, 24 de abril de 2012

"Portugal suicidado"

"Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raiz
Da vida que nos juntou..."

Saudade é uma palavra portuguesa. Orgulhamo-nos de ser exclusiva de Portugal, do seu significado estar envolto em lágrimas, sofrimento, melancolia e dor de tal forma que chega a ser sinónimo de Portugal. Por ser uma palavra só nossa, tão nossa, utilizo-a hoje para exprimir a saudade que tenho do que li nos livros de História, do que ouvi da boca dos revolucionários, do ideal que me venderam e no qual me fizeram acreditar. Saudades da palavra do poeta que punha em marcha a liberdade, saudades de acreditar que seria possível um futuro diferente para este país... Saudades do Ary que tão bem cantou o sonho português, saudades da vitalidade do Carlos que vai perdendo na batalha contra o tempo como só um cavalheiro sabe perder: dando luta! Saudades de cantar na rua a "Grândola" e acreditar que o sonho se estava a construir, a concretizar.
Os poetas perderam a luta; os sonhadores foram esterilizados; a juventude foi adiada... Ficaram as lágrimas, o sofrimento, a melancolia... Ficou a saudade de Portugal, o Portugal de Abril. 

 
 

P.S.- O poema "As portas que Abril abriu" escrito pelo talentoso e eternamente desvalorizado (neste país que teima em julgar as pessoas pela bandeira que carregam) poeta Ary dos Santos.

Fado

Não sou uma rapariga moderna. Não me recordo nunca de ter sido vanguardista, mesmo que seja essa a imagem que muitos vêem em mim. Gosto de tudo o que tem história, que cheira a antigo, que traz tradição... Chamem-me vintage, velha ou retrógrada... Chamem-me mas depois ouçam esta música e digam que não preferiam viver na altura do Costa do Castelo, quando as noites eram rasgadas à desgarrada dum fado para o outro, quando ser poeta era "ser mais alto", quando cantar era algo que se fazia com o coração nas mãos e não aos gritos mudos no meio duma multidão, quando uma silhueta valia mais que mil rachas, quando o antigo era algo bem visto, quando as noites eram o princípio dos dias e os dias não tinham fim...




Talvez nunca consigamos entender essas almas de outrora. Talvez sempre nos pareçam seres estranhos, que viviam num Mundo tão distante do nosso, numa realidade tão díspar mas é por isso que gosto de passear pelas ruas estreitas da capital, de pisar aquela calçada que já tantos pisaram, de ver aquelas paredes que suportaram o passar dos tempos, as vicissitudes da vida. É por isso que procuro os óculos do avô ou as roupas da avó. Porque talvez nunca tenha nascido com capacidade para ter vinte anos e o meu corpo não saiba como ter vinte anos. 
E se pudesse, gostava imenso de ter conhecido a tia Adelaide - mesmo ela sendo um pouco "fria" - e as noites banhadas por música, conversas e eternidade!

O mundo anda a girar ao contrário?!

Descobrimos que o Mundo não é um lugar seguro quando escrevemos "João Mota" no Google e em vez de nos aparecer a vida e obra do encenador, os dez primeiros links são sobre o concorrente da Casa dos Segredos!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Por aqui ouve-se...

Neste final de noite...

Torna-se quase impossível resistir! Quando uma voz assim se junta a esta música... Impossível resistir!

Gosto tanto...
Admitamos ou não, o colo dos pais é a primeira vez que entramos no fantástico mundo dos livros...

Hermanos

Nunca fomos daquele tipo de irmãos que faziam tudo juntos. 
Nunca tivemos o mesmo grupo de amigos.
Nunca fomos TOTALMENTE parecidos. 
No entanto, no meio de tanta diferença, sempre fomos unidos, sempre tivemos bem presente na nossa mente o que é ter um irmão. Acredito piamente que seria uma pessoa bastante diferente se não tivesse crescido com o H. e a N. e, posteriormente, com o Z. e hoje com o R. Ter irmãos prova-nos que a diferença existe, mesmo dentro da nossa família. Ter irmãos, como eu tenho, prova-nos que nunca ficaremos sozinhos neste mundo, que algures, seja em que continente for, existirá alguém que nos amará e apoiará incansavelmente.
Somos diferentes! Sempre fomos seres únicos e distintos. Qualquer pessoa que nos conheça desde pequeninos conseguirá dizer que não existem três (actualmente cinco) pessoas tão diferentes... Mas foi dentro da diferença que crescemos, foi com essa diferença que aprendemos a viver e a aceitarmo-nos.
Por isso custa-me, ainda que não o demonstre, pensar que algum dos meus irmãos possa sofrer. A minha mãe não criou filhos, criou uma família que se apoia, que se ajuda, que sofre junta e que se recompõe e sobrevive junta. Podemos não ser irmãos de grandes demonstrações de afectos e carinho mas sabemos o que fazer na hora certa, no momento certo. Nunca deixámos que a distância nos afastasse e sempre que peço baixinho os meus desejos, eles fazem parte da minha lista!
Não sei se a minha mãe tem orgulho na forma como somos individualmente mas espero que ela tenha consciência -e orgulho- nos filhos que criou como um todo!

Por isso, e como este blog também serve para isso, um abraço da irmã mais "fria" do mundo para os meus irmãos - aqueles com quem guerreio, com quem grito, com quem tenho discussões intermináveis, com quem me zango, aqueles que amo incondicionalmente por serem uma parte tão importante de mim, da minha vida! São os meus manos e se eles me aceitam com todos estes defeitos que tenho, só podem ser boas pessoas!

E, uma vez mais, a Disney a servir de banda sonora!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Missão impossível

Não acredito no sistema de ensino actual! Olhe para onde olhar vejo falhas enormes naqueles que deviam ser os pilares dum bom e viável sistema. Dir-me-ão os sábios que todos os sistemas estão na mesma situação: à beira do colapso! Dir-lhes-ei que "com o mal dos outros, posso eu bem!" Parece um pensamento individualizado - algo que choca neste mundo pró-globalização - mas a verdade é que as dores e os sofrimentos do país onde vivo me atingem muito mais do que as dos países alheios. Até porque acredito que nesses países vivem pessoas tão ansiosas quanto eu que se debruçam sobre estes problemas na sua própria versão nacionalista.

Mas voltando ao importante, não acredito neste sistema e vender algo em que não acreditamos é difícil, minha gente, muuuuuito difícil.
E é difícil dizermos aos nossos alunos que o mérito vence sempre o factor C, quando na realidade conhecemos imensos casos em que tal não se verificou.  Estaremos a fazer-lhe um favor ao mantermos a esperança viva nos seus corpos ou estaremos a criar "animais" inocentes e sem forças para se defenderem num mundo que os irá aniquilar sem dó nem piedade?

Nunca as portas do ensino com qualidade deviam ser fechadas por motivos capitalistas. O crescimento intelectual e individual não devia estar limitado a uma caderneta bancária, a bens familiares ou a estatísticas europeias. Sei que é impossível ter um sistema alheio à sociedade onde este se insere, sendo que esta sociedade é maioritariamente capitalista, o sistema de ensino estará, também ele, dependente do capital, da economia, dos euros! Mas custa-me olhar para alunos que querem prosseguir estudos e ver o desalento nos seus olhos. E custa-me saber que muitos dos que os antecederam foram para a uma qualquer universidade por vontade dos pais ou pelo gosto visível por semanas académicas, cânticos alcoolizados e bebidas baratas.
Não, o futuro não está num ensino elitista se essa elite for apenas uma elite monetária. O futuro académico em Portugal passa por percebermos que nem todos podemos ser doutores, advogados, engenheiros mas que não o sermos não é algo mau! Que todos consigamos encontrar algo que gostamos, que fazemos com amor, com paixão e essa será a nossa profissão ideal.

Por isso, vamos deixar, duma vez por todas, os caminhos falsos e corruptos e vamos investir nesse ensino de qualidade, no ensino que nos traga algo novo a cada dia que passa... Num ensino que torne as pessoas seres válidos e presentes neste mundo! Porque se queremos uma mudança neste país, esta tem que, invariavelmente, começar pelo sistema de ensino. 


terça-feira, 10 de abril de 2012

Chorar

Hoje apetecia-me deitar numa cama quente, ouvir uma música lamechas e chorar o meu ser todo... 
Tenho saudades do avô e da forma como ele me vendia a ilusão de que o Mundo era um sítio bom para se viver!




Em relação a este tempo...

Esta chuva insistente está a destruir toda a energia do meu ser! 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Sleepy sunday

Cada vez mais acredito que o espírito do Domingo pode prolongar-se por outros dias... Hoje é Domingo, certo?

E finalmente... Rafaela!

Há uns meses atrás falei neste blog sobre o futuro nascimento duma criança no seio desta família louca. Falei de como este nascimento era uma bênção e da forma extasiada como estávamos a viver, dia após dia, esta gravidez. As notícias diárias sobre o tamanho da barriga, as "procissões" constantes a lojas de criança aumentavam a expectativa a cada dia que passava...

Ora, com alguns meses de atraso, conheci, finalmente, a petite Raphaële (gosto de dizer nomes de bebés em Francês, oui). E, sim, é tudo aquilo que esperávamos e AINDA MAIS. Uma bebé simpática, doce, calminha que só ela e com um sorriso capaz de derreter até o coração mais duro!

A pequena Rafaela nasceu e trouxe com ela um mar de felicidade a esta família! É uma criança que faz as delícias dos pais, dos avós, das tias e da madrinha! Todos os dias circulam fotografias via mms, todos os dias há novidades sobre a pequenina e ela já ocupa um lugar tão importante no nosso coração que só a queremos ver crescer feliz e contente!

Às vezes não temos a noção do quão somos abençoados até olharmos para os olhos duma criança. Aquela pureza, aquela forma de devolver um sorriso, de olhar para a mãe como se todo o mundo fosse um lugar calmo e perfeito... Durante a nossa vida perdemos essa capacidade de nos surpreendermos, tornamo-nos cínicos em relação a uma série de coisas: vida, dinheiro, amor, felicidade, trabalho... Esquecemo-nos dos sonhos de criança, do que desejávamos ser quando fossemos grandes e de como era importante sorrir naquela altura! Acabamos por deixar que o Mundo nos atrope e deixamos para segundo plano aquela que devia ser a nossa principal missão: VIVER! Limitamo-nos, dia após dia, a sobreviver...

E no Domingo, enquanto estávamos todos a adorar a pequenina (e ela devia estar a pensar "Que cambada de gente louca é esta?!") apercebi-me que a pequena Rafaela veio reforçar nos nossos corações a esperança no mundo e veio mostrar-nos que afinal o que nos une e nos mantém vivos é o amor! E foi assim, entre abraços, beijinhos e um sem fim de conversas que nos apercebemos que estaremos sempre juntos porque a vida só faz sentido se for vivida assim.

P.S.- Ah e tive direito aos doces da madrinha! (Vou iniciar uma dieta, IMEDIATAMENTE!)

Ipod ou rim? Uiii escolha díficil

Enquanto lia o Expresso no outro dia fui surpreendida com uma notícia que atestava que um jovem chinês vendeu um rim para comprar um iphone e um ipad. Nunca tive um iphone e, sinceramente, não tenciono ter talvez por isso me pareça impossível que alguém cometa uma loucura desta dimensão... Mas vendo bem, quer se tenha ou não um iphone, isto parecerá sempre uma loucura, certo?

Expliquem-me, como se eu tivesse cinco anos, ONDE e COMO será possível que uma pessoa se predisponha a retirar um órgão fundamental à sua vida para adquirir um pedaço de tecnologia (definitivamente sobrevalorizado!)?! Talvez me esteja a escapar alguma peça fundamental nesta notícia mas não consigo compreender. Faço parte duma geração tecnológica. Sempre tive computador, game boy e demais consolas à medida que iam aparecendo no mercado, o primeiro telemóvel que tive ainda estudava no básico, por isso, as novas tecnologias não são algo alheio à minha realidade. Contudo, estas pequenas atitudes espantam-me de tal forma que só me apetece dar "estalos" a estas pessoas. Deste modo, espero sinceramente que levem este senhor a conhecer pessoas que perderam um rim por doença e que ele aprenda alguma coisa. Se mesmo assim sucumbir à tentação Apple, alguém lhe dê com uma macieira, por favor!


P.S.- Ironia das ironias, os Blackberry foram desenhados pela RIM! Se isto não é a vida sendo irónica, não sei o que será!

Futilidades

Gostaria de ser uma pessoa erudita. É um desejo que alimento em mim há já algum tempo, contudo, nem sempre sou alguém genial, nem sempre sou alguém detestável... Ando no limite de ambos. E, por isso, às vezes, as tentações do mundo material são muuuuuuito grandes!
Uma das minhas maiores tentações são os livros, infelizmente ainda não adquiri o auto-controlo necessário para não os comprar assim que os vejo - continuo à espera dum remédio milagroso!

Dito isto,  imaginem o meu espanto quando sucumbi ao mundo das malas e dos óculos de sol. EUZINHA! Apesar de não ser uma pessoa totalmente mal-vestida, nunca fui um it-girl, sempre a par das tendências e que despende-se muito tempo da sua rotina diária pensando in fashion things!

No entanto, recentemente tenho dois objectos de desejo que gostaria imenso de conseguir ignorar...




Uma mala satchel! Grrrr damn you english bag!


 E estes óculos desenhados pelo senhor que anda de vestido! Ando numa onda retro ou pindérica (o adjectivo fica à vossa escolha!) e estou completamente viciada nestes  óculos!!!!

Enfim, sucumbir a tentações materiais não é algo "nunca antes visto" mas gostava de conseguir ser superior a tuuuuuudo isto! Assim sendo, vou ler mais umas notícias sobre a economia mundial para ver se me passam os afrontamentos capitalistas! 

Miss Daisy

Sou só eu que acho este filme fantástico? Há um toque de ternura durante todo o filme que nos enche o coração... Há filmes que enchem o nosso coração e nos fazem sucumbir ao prazer da sétima arte. Gosto de filmes, gosto de ir ao cinema e gosto de comentar filmes. Não sou uma seguidora de correntes ou realizadores, não tenho um filme preferido, não me limito a um género e adoro ser surpreendida! Gosto da forma como uma história pode ser contada, como uma personagem pode sobreviver a passagem do tempo e de como há histórias que são intemporais!
Muitos dirão que esta falta de espírito selectivo é sinal de falta de cultura cinematográfica. Eu gosto de pensar que os filmes são como as pessoas, se nunca virmos os maus não saberemos reconhecer os bons quando os virmos. 

Por isso vejo tudo e aqueles que são bons ensinam-me algo e essa sensação compensa os maus que tenho que ver...

domingo, 8 de abril de 2012

Ai Sepúlveda, Sepúlveda...

A mãe comprou e cheira-me que será devorado num instante!

Estopa

Porque já tive um concerto privado desta música...


Porque este CD habitou o meu carro durante meses a fio...


 
 Porque na rádio passou tantas vezes que a aprendemos ao fim de dois dias...


Porque Estopa será sempre Estopa!

Bruno Mars

É oficial: gosto bastante da voz desta criatura. Já tinha berrado - é a forma mais simpática que tenho para descrever o que faço quando penso que estou a cantar - o "Just the way you are" mas agora que descobri (ok, já vou um pouco tarde mas ele escapa um pouco ao meu género musical!) esta música... Estou rendida às evidências!



quarta-feira, 28 de março de 2012


O meu Panda vai amanhã ao Sr. Doutor e eu sinto-me tentada a mostrar-lhe o meu ouvido... Tenho uma dor a desesperar-me! Será que o meu ouvido decidiu fazer greve por estar farto de ouvir o mundo?!?!?