quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não sou uma pessoa que lide bem com a morte. O fim da vida sempre me atormentou mais do que seria expectável e esse "peso" paira sobre a minha cabeça diariamente. Talvez não seja o FIM que me assuste mas o curto espaço de tempo que medeia entre o princípio e o fim, tudo o que sinto que tenho que fazer e a possibilidade de não ter tempo para fazer.
Durante a adolescência esse medo carregava uma apatia que me fazia abstrair do Mundo, quase um pouco à moda do Reis. 

Com o tempo fui perdendo pessoas para essa batalha, pelos mais diversos motivos, e essas perdas foram-me dando uma noção de efemeridade, de curta-permanência neste Mundo. Li algures, quando era mais nova, que as pessoas recordam-nos para lá da nossa morte e que muitos anos após a nossa existência ter chegado ao fim, a nossa memória será esquecida, deixaremos de fazer parte dos jantares de família porque ninguém recordará histórias nossas, as nossas fotografias passadas não serão comentadas até chegar ao ponto de jazermos num velho baú encostado a uma parede, ganhado pó e teias de aranha. Dói se pensarmos na nossa vida como algo de curta duração ou se pensarmos que os que amamos e que nos amam invariavelmente terão de partir.
Contudo, por vezes, conhecemos pessoalmente ou vemos histórias de vida tão intensas, tão preenchidas que percebemos que apesar do tempo ser EFECTIVAMENTE pouco, tudo depende da forma como o gerimos. Felizmente, há pessoas que conseguem dar a volta ao tempo, mudar o destino, criar novos mundos e atingir aquele nível de imortalidade que nem todos conquistamos.

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