quarta-feira, 11 de abril de 2012

Missão impossível

Não acredito no sistema de ensino actual! Olhe para onde olhar vejo falhas enormes naqueles que deviam ser os pilares dum bom e viável sistema. Dir-me-ão os sábios que todos os sistemas estão na mesma situação: à beira do colapso! Dir-lhes-ei que "com o mal dos outros, posso eu bem!" Parece um pensamento individualizado - algo que choca neste mundo pró-globalização - mas a verdade é que as dores e os sofrimentos do país onde vivo me atingem muito mais do que as dos países alheios. Até porque acredito que nesses países vivem pessoas tão ansiosas quanto eu que se debruçam sobre estes problemas na sua própria versão nacionalista.

Mas voltando ao importante, não acredito neste sistema e vender algo em que não acreditamos é difícil, minha gente, muuuuuito difícil.
E é difícil dizermos aos nossos alunos que o mérito vence sempre o factor C, quando na realidade conhecemos imensos casos em que tal não se verificou.  Estaremos a fazer-lhe um favor ao mantermos a esperança viva nos seus corpos ou estaremos a criar "animais" inocentes e sem forças para se defenderem num mundo que os irá aniquilar sem dó nem piedade?

Nunca as portas do ensino com qualidade deviam ser fechadas por motivos capitalistas. O crescimento intelectual e individual não devia estar limitado a uma caderneta bancária, a bens familiares ou a estatísticas europeias. Sei que é impossível ter um sistema alheio à sociedade onde este se insere, sendo que esta sociedade é maioritariamente capitalista, o sistema de ensino estará, também ele, dependente do capital, da economia, dos euros! Mas custa-me olhar para alunos que querem prosseguir estudos e ver o desalento nos seus olhos. E custa-me saber que muitos dos que os antecederam foram para a uma qualquer universidade por vontade dos pais ou pelo gosto visível por semanas académicas, cânticos alcoolizados e bebidas baratas.
Não, o futuro não está num ensino elitista se essa elite for apenas uma elite monetária. O futuro académico em Portugal passa por percebermos que nem todos podemos ser doutores, advogados, engenheiros mas que não o sermos não é algo mau! Que todos consigamos encontrar algo que gostamos, que fazemos com amor, com paixão e essa será a nossa profissão ideal.

Por isso, vamos deixar, duma vez por todas, os caminhos falsos e corruptos e vamos investir nesse ensino de qualidade, no ensino que nos traga algo novo a cada dia que passa... Num ensino que torne as pessoas seres válidos e presentes neste mundo! Porque se queremos uma mudança neste país, esta tem que, invariavelmente, começar pelo sistema de ensino. 


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