quinta-feira, 26 de abril de 2012

PhD em Economia

Somos pessoas, não somos números. A nossa vida começa com simples afirmações como esta. Rapidamente definimos o que somos e, por arrastamento, o que não somos!
Somos feitos de sonhos e aspirações e não uma extensão duma máquina de calcular. Somos seres humanos com projectos e um futuro idealizado e custa-me imenso conhecer pessoas que tiveram que pôr a sua vida em espera, hipotecar os sonhos porque a crise venceu! 
Não nascemos com um PhD em Economia, em muitos casos não contribuímos para esta crise e, mesmo assim, ela continua a roubar-nos o futuro...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não sou uma pessoa que lide bem com a morte. O fim da vida sempre me atormentou mais do que seria expectável e esse "peso" paira sobre a minha cabeça diariamente. Talvez não seja o FIM que me assuste mas o curto espaço de tempo que medeia entre o princípio e o fim, tudo o que sinto que tenho que fazer e a possibilidade de não ter tempo para fazer.
Durante a adolescência esse medo carregava uma apatia que me fazia abstrair do Mundo, quase um pouco à moda do Reis. 

Com o tempo fui perdendo pessoas para essa batalha, pelos mais diversos motivos, e essas perdas foram-me dando uma noção de efemeridade, de curta-permanência neste Mundo. Li algures, quando era mais nova, que as pessoas recordam-nos para lá da nossa morte e que muitos anos após a nossa existência ter chegado ao fim, a nossa memória será esquecida, deixaremos de fazer parte dos jantares de família porque ninguém recordará histórias nossas, as nossas fotografias passadas não serão comentadas até chegar ao ponto de jazermos num velho baú encostado a uma parede, ganhado pó e teias de aranha. Dói se pensarmos na nossa vida como algo de curta duração ou se pensarmos que os que amamos e que nos amam invariavelmente terão de partir.
Contudo, por vezes, conhecemos pessoalmente ou vemos histórias de vida tão intensas, tão preenchidas que percebemos que apesar do tempo ser EFECTIVAMENTE pouco, tudo depende da forma como o gerimos. Felizmente, há pessoas que conseguem dar a volta ao tempo, mudar o destino, criar novos mundos e atingir aquele nível de imortalidade que nem todos conquistamos.

terça-feira, 24 de abril de 2012

"Portugal suicidado"

"Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raiz
Da vida que nos juntou..."

Saudade é uma palavra portuguesa. Orgulhamo-nos de ser exclusiva de Portugal, do seu significado estar envolto em lágrimas, sofrimento, melancolia e dor de tal forma que chega a ser sinónimo de Portugal. Por ser uma palavra só nossa, tão nossa, utilizo-a hoje para exprimir a saudade que tenho do que li nos livros de História, do que ouvi da boca dos revolucionários, do ideal que me venderam e no qual me fizeram acreditar. Saudades da palavra do poeta que punha em marcha a liberdade, saudades de acreditar que seria possível um futuro diferente para este país... Saudades do Ary que tão bem cantou o sonho português, saudades da vitalidade do Carlos que vai perdendo na batalha contra o tempo como só um cavalheiro sabe perder: dando luta! Saudades de cantar na rua a "Grândola" e acreditar que o sonho se estava a construir, a concretizar.
Os poetas perderam a luta; os sonhadores foram esterilizados; a juventude foi adiada... Ficaram as lágrimas, o sofrimento, a melancolia... Ficou a saudade de Portugal, o Portugal de Abril. 

 
 

P.S.- O poema "As portas que Abril abriu" escrito pelo talentoso e eternamente desvalorizado (neste país que teima em julgar as pessoas pela bandeira que carregam) poeta Ary dos Santos.

Fado

Não sou uma rapariga moderna. Não me recordo nunca de ter sido vanguardista, mesmo que seja essa a imagem que muitos vêem em mim. Gosto de tudo o que tem história, que cheira a antigo, que traz tradição... Chamem-me vintage, velha ou retrógrada... Chamem-me mas depois ouçam esta música e digam que não preferiam viver na altura do Costa do Castelo, quando as noites eram rasgadas à desgarrada dum fado para o outro, quando ser poeta era "ser mais alto", quando cantar era algo que se fazia com o coração nas mãos e não aos gritos mudos no meio duma multidão, quando uma silhueta valia mais que mil rachas, quando o antigo era algo bem visto, quando as noites eram o princípio dos dias e os dias não tinham fim...




Talvez nunca consigamos entender essas almas de outrora. Talvez sempre nos pareçam seres estranhos, que viviam num Mundo tão distante do nosso, numa realidade tão díspar mas é por isso que gosto de passear pelas ruas estreitas da capital, de pisar aquela calçada que já tantos pisaram, de ver aquelas paredes que suportaram o passar dos tempos, as vicissitudes da vida. É por isso que procuro os óculos do avô ou as roupas da avó. Porque talvez nunca tenha nascido com capacidade para ter vinte anos e o meu corpo não saiba como ter vinte anos. 
E se pudesse, gostava imenso de ter conhecido a tia Adelaide - mesmo ela sendo um pouco "fria" - e as noites banhadas por música, conversas e eternidade!

O mundo anda a girar ao contrário?!

Descobrimos que o Mundo não é um lugar seguro quando escrevemos "João Mota" no Google e em vez de nos aparecer a vida e obra do encenador, os dez primeiros links são sobre o concorrente da Casa dos Segredos!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Por aqui ouve-se...

Neste final de noite...

Torna-se quase impossível resistir! Quando uma voz assim se junta a esta música... Impossível resistir!

Gosto tanto...
Admitamos ou não, o colo dos pais é a primeira vez que entramos no fantástico mundo dos livros...

Hermanos

Nunca fomos daquele tipo de irmãos que faziam tudo juntos. 
Nunca tivemos o mesmo grupo de amigos.
Nunca fomos TOTALMENTE parecidos. 
No entanto, no meio de tanta diferença, sempre fomos unidos, sempre tivemos bem presente na nossa mente o que é ter um irmão. Acredito piamente que seria uma pessoa bastante diferente se não tivesse crescido com o H. e a N. e, posteriormente, com o Z. e hoje com o R. Ter irmãos prova-nos que a diferença existe, mesmo dentro da nossa família. Ter irmãos, como eu tenho, prova-nos que nunca ficaremos sozinhos neste mundo, que algures, seja em que continente for, existirá alguém que nos amará e apoiará incansavelmente.
Somos diferentes! Sempre fomos seres únicos e distintos. Qualquer pessoa que nos conheça desde pequeninos conseguirá dizer que não existem três (actualmente cinco) pessoas tão diferentes... Mas foi dentro da diferença que crescemos, foi com essa diferença que aprendemos a viver e a aceitarmo-nos.
Por isso custa-me, ainda que não o demonstre, pensar que algum dos meus irmãos possa sofrer. A minha mãe não criou filhos, criou uma família que se apoia, que se ajuda, que sofre junta e que se recompõe e sobrevive junta. Podemos não ser irmãos de grandes demonstrações de afectos e carinho mas sabemos o que fazer na hora certa, no momento certo. Nunca deixámos que a distância nos afastasse e sempre que peço baixinho os meus desejos, eles fazem parte da minha lista!
Não sei se a minha mãe tem orgulho na forma como somos individualmente mas espero que ela tenha consciência -e orgulho- nos filhos que criou como um todo!

Por isso, e como este blog também serve para isso, um abraço da irmã mais "fria" do mundo para os meus irmãos - aqueles com quem guerreio, com quem grito, com quem tenho discussões intermináveis, com quem me zango, aqueles que amo incondicionalmente por serem uma parte tão importante de mim, da minha vida! São os meus manos e se eles me aceitam com todos estes defeitos que tenho, só podem ser boas pessoas!

E, uma vez mais, a Disney a servir de banda sonora!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Missão impossível

Não acredito no sistema de ensino actual! Olhe para onde olhar vejo falhas enormes naqueles que deviam ser os pilares dum bom e viável sistema. Dir-me-ão os sábios que todos os sistemas estão na mesma situação: à beira do colapso! Dir-lhes-ei que "com o mal dos outros, posso eu bem!" Parece um pensamento individualizado - algo que choca neste mundo pró-globalização - mas a verdade é que as dores e os sofrimentos do país onde vivo me atingem muito mais do que as dos países alheios. Até porque acredito que nesses países vivem pessoas tão ansiosas quanto eu que se debruçam sobre estes problemas na sua própria versão nacionalista.

Mas voltando ao importante, não acredito neste sistema e vender algo em que não acreditamos é difícil, minha gente, muuuuuito difícil.
E é difícil dizermos aos nossos alunos que o mérito vence sempre o factor C, quando na realidade conhecemos imensos casos em que tal não se verificou.  Estaremos a fazer-lhe um favor ao mantermos a esperança viva nos seus corpos ou estaremos a criar "animais" inocentes e sem forças para se defenderem num mundo que os irá aniquilar sem dó nem piedade?

Nunca as portas do ensino com qualidade deviam ser fechadas por motivos capitalistas. O crescimento intelectual e individual não devia estar limitado a uma caderneta bancária, a bens familiares ou a estatísticas europeias. Sei que é impossível ter um sistema alheio à sociedade onde este se insere, sendo que esta sociedade é maioritariamente capitalista, o sistema de ensino estará, também ele, dependente do capital, da economia, dos euros! Mas custa-me olhar para alunos que querem prosseguir estudos e ver o desalento nos seus olhos. E custa-me saber que muitos dos que os antecederam foram para a uma qualquer universidade por vontade dos pais ou pelo gosto visível por semanas académicas, cânticos alcoolizados e bebidas baratas.
Não, o futuro não está num ensino elitista se essa elite for apenas uma elite monetária. O futuro académico em Portugal passa por percebermos que nem todos podemos ser doutores, advogados, engenheiros mas que não o sermos não é algo mau! Que todos consigamos encontrar algo que gostamos, que fazemos com amor, com paixão e essa será a nossa profissão ideal.

Por isso, vamos deixar, duma vez por todas, os caminhos falsos e corruptos e vamos investir nesse ensino de qualidade, no ensino que nos traga algo novo a cada dia que passa... Num ensino que torne as pessoas seres válidos e presentes neste mundo! Porque se queremos uma mudança neste país, esta tem que, invariavelmente, começar pelo sistema de ensino. 


terça-feira, 10 de abril de 2012

Chorar

Hoje apetecia-me deitar numa cama quente, ouvir uma música lamechas e chorar o meu ser todo... 
Tenho saudades do avô e da forma como ele me vendia a ilusão de que o Mundo era um sítio bom para se viver!




Em relação a este tempo...

Esta chuva insistente está a destruir toda a energia do meu ser! 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Sleepy sunday

Cada vez mais acredito que o espírito do Domingo pode prolongar-se por outros dias... Hoje é Domingo, certo?

E finalmente... Rafaela!

Há uns meses atrás falei neste blog sobre o futuro nascimento duma criança no seio desta família louca. Falei de como este nascimento era uma bênção e da forma extasiada como estávamos a viver, dia após dia, esta gravidez. As notícias diárias sobre o tamanho da barriga, as "procissões" constantes a lojas de criança aumentavam a expectativa a cada dia que passava...

Ora, com alguns meses de atraso, conheci, finalmente, a petite Raphaële (gosto de dizer nomes de bebés em Francês, oui). E, sim, é tudo aquilo que esperávamos e AINDA MAIS. Uma bebé simpática, doce, calminha que só ela e com um sorriso capaz de derreter até o coração mais duro!

A pequena Rafaela nasceu e trouxe com ela um mar de felicidade a esta família! É uma criança que faz as delícias dos pais, dos avós, das tias e da madrinha! Todos os dias circulam fotografias via mms, todos os dias há novidades sobre a pequenina e ela já ocupa um lugar tão importante no nosso coração que só a queremos ver crescer feliz e contente!

Às vezes não temos a noção do quão somos abençoados até olharmos para os olhos duma criança. Aquela pureza, aquela forma de devolver um sorriso, de olhar para a mãe como se todo o mundo fosse um lugar calmo e perfeito... Durante a nossa vida perdemos essa capacidade de nos surpreendermos, tornamo-nos cínicos em relação a uma série de coisas: vida, dinheiro, amor, felicidade, trabalho... Esquecemo-nos dos sonhos de criança, do que desejávamos ser quando fossemos grandes e de como era importante sorrir naquela altura! Acabamos por deixar que o Mundo nos atrope e deixamos para segundo plano aquela que devia ser a nossa principal missão: VIVER! Limitamo-nos, dia após dia, a sobreviver...

E no Domingo, enquanto estávamos todos a adorar a pequenina (e ela devia estar a pensar "Que cambada de gente louca é esta?!") apercebi-me que a pequena Rafaela veio reforçar nos nossos corações a esperança no mundo e veio mostrar-nos que afinal o que nos une e nos mantém vivos é o amor! E foi assim, entre abraços, beijinhos e um sem fim de conversas que nos apercebemos que estaremos sempre juntos porque a vida só faz sentido se for vivida assim.

P.S.- Ah e tive direito aos doces da madrinha! (Vou iniciar uma dieta, IMEDIATAMENTE!)

Ipod ou rim? Uiii escolha díficil

Enquanto lia o Expresso no outro dia fui surpreendida com uma notícia que atestava que um jovem chinês vendeu um rim para comprar um iphone e um ipad. Nunca tive um iphone e, sinceramente, não tenciono ter talvez por isso me pareça impossível que alguém cometa uma loucura desta dimensão... Mas vendo bem, quer se tenha ou não um iphone, isto parecerá sempre uma loucura, certo?

Expliquem-me, como se eu tivesse cinco anos, ONDE e COMO será possível que uma pessoa se predisponha a retirar um órgão fundamental à sua vida para adquirir um pedaço de tecnologia (definitivamente sobrevalorizado!)?! Talvez me esteja a escapar alguma peça fundamental nesta notícia mas não consigo compreender. Faço parte duma geração tecnológica. Sempre tive computador, game boy e demais consolas à medida que iam aparecendo no mercado, o primeiro telemóvel que tive ainda estudava no básico, por isso, as novas tecnologias não são algo alheio à minha realidade. Contudo, estas pequenas atitudes espantam-me de tal forma que só me apetece dar "estalos" a estas pessoas. Deste modo, espero sinceramente que levem este senhor a conhecer pessoas que perderam um rim por doença e que ele aprenda alguma coisa. Se mesmo assim sucumbir à tentação Apple, alguém lhe dê com uma macieira, por favor!


P.S.- Ironia das ironias, os Blackberry foram desenhados pela RIM! Se isto não é a vida sendo irónica, não sei o que será!

Futilidades

Gostaria de ser uma pessoa erudita. É um desejo que alimento em mim há já algum tempo, contudo, nem sempre sou alguém genial, nem sempre sou alguém detestável... Ando no limite de ambos. E, por isso, às vezes, as tentações do mundo material são muuuuuuito grandes!
Uma das minhas maiores tentações são os livros, infelizmente ainda não adquiri o auto-controlo necessário para não os comprar assim que os vejo - continuo à espera dum remédio milagroso!

Dito isto,  imaginem o meu espanto quando sucumbi ao mundo das malas e dos óculos de sol. EUZINHA! Apesar de não ser uma pessoa totalmente mal-vestida, nunca fui um it-girl, sempre a par das tendências e que despende-se muito tempo da sua rotina diária pensando in fashion things!

No entanto, recentemente tenho dois objectos de desejo que gostaria imenso de conseguir ignorar...




Uma mala satchel! Grrrr damn you english bag!


 E estes óculos desenhados pelo senhor que anda de vestido! Ando numa onda retro ou pindérica (o adjectivo fica à vossa escolha!) e estou completamente viciada nestes  óculos!!!!

Enfim, sucumbir a tentações materiais não é algo "nunca antes visto" mas gostava de conseguir ser superior a tuuuuuudo isto! Assim sendo, vou ler mais umas notícias sobre a economia mundial para ver se me passam os afrontamentos capitalistas! 

Miss Daisy

Sou só eu que acho este filme fantástico? Há um toque de ternura durante todo o filme que nos enche o coração... Há filmes que enchem o nosso coração e nos fazem sucumbir ao prazer da sétima arte. Gosto de filmes, gosto de ir ao cinema e gosto de comentar filmes. Não sou uma seguidora de correntes ou realizadores, não tenho um filme preferido, não me limito a um género e adoro ser surpreendida! Gosto da forma como uma história pode ser contada, como uma personagem pode sobreviver a passagem do tempo e de como há histórias que são intemporais!
Muitos dirão que esta falta de espírito selectivo é sinal de falta de cultura cinematográfica. Eu gosto de pensar que os filmes são como as pessoas, se nunca virmos os maus não saberemos reconhecer os bons quando os virmos. 

Por isso vejo tudo e aqueles que são bons ensinam-me algo e essa sensação compensa os maus que tenho que ver...

domingo, 8 de abril de 2012

Ai Sepúlveda, Sepúlveda...

A mãe comprou e cheira-me que será devorado num instante!

Estopa

Porque já tive um concerto privado desta música...


Porque este CD habitou o meu carro durante meses a fio...


 
 Porque na rádio passou tantas vezes que a aprendemos ao fim de dois dias...


Porque Estopa será sempre Estopa!

Bruno Mars

É oficial: gosto bastante da voz desta criatura. Já tinha berrado - é a forma mais simpática que tenho para descrever o que faço quando penso que estou a cantar - o "Just the way you are" mas agora que descobri (ok, já vou um pouco tarde mas ele escapa um pouco ao meu género musical!) esta música... Estou rendida às evidências!