segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Herman 2011
Quando era mais jovem passava noites acordada vendo o sr.Herman na RTP. Este fim-de-semana, em pleno momento caseiro, regressei a esse hábito. E qual não foi o meu espanto quando comecei a rir, à gargalhada, com as piadas do senhor lá do sítio. Pelos vistos, os génios nunca morrem, por vezes adormecem... Tempo demais, na minha opinião!
(P.S.-Assim que conseguir encontrar o vídeo com a melhor explicação alguma vez dada pelo Prof. José Hermano Saraiva, publico!)
(P.S.-Assim que conseguir encontrar o vídeo com a melhor explicação alguma vez dada pelo Prof. José Hermano Saraiva, publico!)
As horas, as viagens e a Rússia
Sempre gostei do horário de verão, a ideia de anoitecer às nove da noite reconforta o meu pobre coração. Contudo, este ano, e tendo em conta as minhas viagens às sete da manhã, devo confessar que hoje me senti muito feliz quando entrei no carro e já tinha o sol como companheiro. Acima de tudo, gosto de luz. Adquiri, recentemente, o hábito horrível de ter uma "luz de presença" no meu carro. Se durante anos, viajar foi algo que gostava/teimava em fazer sozinha, depois de descobrir o fantástico que é viajar acompanhada, penso que nunca mais voltarei a enfrentar a estrada solitária da mesma forma.
E descubro, enquanto vejo as notícias online, que na Rússia ninguém vai mexer nos relógios. As justificações científicas não aniquilam o estranho que é... Enfim, o mundo anda realmente ao contrário e são estas coisas que nos fazem duvidar do futuro da Humanidade!
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Da necessidade de crescer nasce a vontade de conhecer.
Do crescimento nasce a responsabilidade.
Da responsabilidade advêm as dores de cabeça.
Das dores de cabeças nasce o mau humor.
Ora, há pessoas que nunca sentiram necessidade de crescer. Conheço pessoas que nunca tiveram uma dor de cabeça na sua vida e, invariavelmente, estas duas categorias são tão felizes! Acho que andamos sempre à procura de "sarna para nos coçar". Mas não há nada a fazer, somos assim...
Do crescimento nasce a responsabilidade.
Da responsabilidade advêm as dores de cabeça.
Das dores de cabeças nasce o mau humor.
Ora, há pessoas que nunca sentiram necessidade de crescer. Conheço pessoas que nunca tiveram uma dor de cabeça na sua vida e, invariavelmente, estas duas categorias são tão felizes! Acho que andamos sempre à procura de "sarna para nos coçar". Mas não há nada a fazer, somos assim...
Claraboia
"Sim. Os tempos são outros, mas os homens são os mesmos…"
Saramago regressa para nos iluminar mais um pouco. Saramago regressa porque deixou saudades. Saramago regressa porque o Mundo não estava preparado para perder um génio... Saramago regressa para nos contar as verdades, para mostrar a ferida, para nos fazer pensar...
Saramago regressa para nos iluminar mais um pouco. Saramago regressa porque deixou saudades. Saramago regressa porque o Mundo não estava preparado para perder um génio... Saramago regressa para nos contar as verdades, para mostrar a ferida, para nos fazer pensar...
Sou, por norma, uma pessoa pessimista. Não que desmoralize os restantes que me rodeiam mas nunca acredito naquele mundo cor-de-rosa que nos tentam vender quando somos crianças. Há qualquer "coisa" na Humanidade que me faz sempre desconfiar e sentir que nunca chegaremos longe, que nos iremos auto-destruir hoje e sempre. Quando comecei a interessar-me por política tentei estar informada. Li os livros, os manifestos e demais documentos oficiais. Com o tempo, e algumas desilusões nessa área, descobri que os livros são a utopia mais pura que existe. Os livros são palavras, pensamentos idílicos e perfeitos. Quando chegamos às pessoas, a realidade é bem diferente... Não somos uma boa espécie, essa é a verdade!
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Peixoto
"O mundo não nasceu connosco. Essa ligeira ilusão é mais um sinal da imperfeição que nos cobre os sentidos. Chegámos num dia que não recordamos, mas que celebramos anualmente; depois, pouco a pouco, a neblina foi-se desfazendo nos objectos até que, por fim, conseguimos reconhecer-nos ao espelho. Nessa idade, não sabíamos o suficiente para percebermos que não sabíamos nada. Foi então que chegaram os professores. Traziam todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu. Lançaram-se na tarefa de nos actualizar com o presente da nossa espécie e da nossa civilização. Essa tarefa, sabemo-lo hoje, é infinita.
O material que é trabalhado pelos professores não pode ser quantificado. Não há números ou casas decimais com suficiente precisão para medi-lo. A falta de quantificação não é culpa dos assuntos inquantificáveis, é culpa do nosso desejo de quantificar tudo. Os professores não vendem o material que trabalham, oferecem-no. Nós, com o tempo, com os anos, com a distância entre nós e nós, somos levados a acreditar que aquilo que os professores nos deram nos pertenceu desde sempre. Mais do que acharmos que esse material é nosso, achamos que nós próprios somos esse material. Por ironia ou capricho, é nesse momento que o trabalho dos professores se efectiva. O trabalho dos professores é a generosidade.
Basta um esforço mínimo da memória, basta um plim pequenino de gratidão para nos apercebermos do quanto devemos aos professores. Devemos-lhes muito daquilo que somos, devemos-lhes muito de tudo. Há algo de definitivo e eterno nessa missão, nesse verbo que é transmitido de geração em geração, ensinado. Com as suas pastas de professores, os seus blazers, os seus Ford Fiesta com cadeirinha para os filhos no banco de trás, os professores de hoje são iguais de ontem. O acto que praticam é igual ao que foi exercido por outros professores, com outros penteados, que existiram há séculos ou há décadas. O conhecimento que enche as páginas dos manuais aumentou e mudou, mas a essência daquilo que os professores fazem mantém-se. Essência, essa palavra que os professores recordam ciclicamente, essa mesma palavra que tendemos a esquecer.
Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança. Vemo-los a dar forma e sentido à esperança de crianças e de jovens, aceitamos essa evidência, mas falhamos perceber que são também eles que mantêm viva a esperança de que todos necessitamos para existir, para respirar, para estarmos vivos. Ai da sociedade que perdeu a esperança. Quem não tem esperança não está vivo. Mesmo que ainda respire, já morreu.
Envergonhem-se aqueles que dizem ter perdido a esperança. Envergonhem-se aqueles que dizem que não vale a pena lutar. Quando as dificuldades são maiores é quando o esforço para ultrapassá-las deve ser mais intenso. Sabemos que estamos aqui, o sangue atravessa-nos o corpo. Nascemos num dia em que quase nos pareceu ter nascido o mundo inteiro. Temos a graça de uma voz, podemos usá-la para exprimir todo o entendimento do que significa estar aqui, nesta posição. Em anos de aulas teóricas, aulas práticas, no laboratório, no ginásio, em visitas de estudo, sumários escritos no quadro no início da aula, os professores ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar. Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente à conclusão que, como nas aulas de matemática ou de filosofia, não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontra soluções.
Recusar a educação é recusar o desenvolvimento.
Se nos conseguirem convencer a desistir de deixar um mundo melhor do que aquele que encontrámos, o erro não será tanto daqueles que forem capazes de nos roubar uma aspiração tão fundamental, o erro primeiro será nosso por termos deixado que nos roubem a capacidade de sonhar, a ambição, metade da humanidade que recebemos dos nossos pais e dos nossos avós. Mas espero que não, acredito que não, não esquecemos a lição que aprendemos e que continuamos a aprender todos os dias com os professores. Tenho esperança."
Artigo de José Luís Peixoto, publicado na revista Visão de 13 de Outubro de 2011
Sei que a ideia dum blog é sermos nós a exprimirmos as nossas ideias mas o sr. Peixoto foi tão eloquente, entrou bem dentro da minha mente e disse EXACTAMENTE aquilo que eu queria dizer.
Felizmente sempre fui uma aluna dedicada, felizmente sempre respeitei os meus professores, felizmente sempre os admirei e encarei o conhecimento que me transmitiam como algo único, fantástico e inquantificável... Infelizmente, os alunos hoje perderam a crença no sistema de ensino. Infelizmente hoje os alunos não querem aprender com os professores. Infelizmente hoje os alunos querem o facilitismo, o copianço e demais técnicas de aprendizagem alternativa.
Talvez por isso queira ir para "o fim do Mundo", onde a minha palavra ainda seja ouvida, onde os meus gestos sirvam para melhorar a vida de alguém, onde eu possa dizer que ajudei a melhorar a próxima geração!
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Turabarão e Desemprego
Que um tubarão nasça apenas com um olho e com um tom de pele um pouco mais claro do que a média não é algo que me espante. Primeiro porque com o cuidado que a nossa espécie tem relativamente à natureza estes fenómenos vão deixar de ser uma "raridade" para serem uma "constante". Segundo, o rapaz percebeu que neste mundo mais vale ser diferente do que cinzentinho, igual a todos os outros. E terceiro, de que servem os dois olhos se na maior parte do tempo o Mundo não nos deixa pensar como queremos, ver o que querermos e escolhermos o que queremos?! É o princípio da economia no seu ponto mais alto!
Expliquem-me porque se espantam os senhores que fazem as estatísticas em Portugal com o aumento do desemprego?! Achariam que com fábricas a fechar todos os dias os números do desemprego iriam ser, de forma milagrosa, positivos? Eu não percebo muito de números e economia, confesso, mas até eu, uma leiga na matéria, conseguia adivinhar isto! Agora o que não consigo adivinhar, e nessa área peço ajuda aos senhores que estão na Assembleia, é como é que o Estado pode ir para a frente e o país sair da crise em que se encontra com pessoas a serem despedidas todos os dias?!
Do outono e da geografia
Dizem que o outono chegou a Portugal e, pela primeira vez este ano, obtive a confirmação: Moura faz parte de Espanha!
A necessidade de ser bom
Nunca gostei de pessoas arrogantes ou com a mania da superioridade - frase que tenta aniquilar qualquer ideia que tenha nascido da leitura prematura do título deste post.
No entanto, tendo em conta a conjuntura global, acredito que temos que ser BONS no que fazemos; ser assim-assim já no chega, primeiro pelo mercado competitivo em que vivemos e depois porque o ser mediano não traz felicidade a ninguém!
Durante anos os portugueses (uma vez mais relembro que não gosto de generalizações, portanto, não encarem este plural como uma!) contentaram-se com o satisfatório, com o "fazer o trabalhinho como se pode" e não perderam tempo em investigar no que seriam mesmo bons. No meio da caminho delegámos para segundo plano aquela que devia ser a nossa primeira opção: a concretização dos sonhos profissionais! Relembro com emoção as palavras da famosa apresentadora norte-americana quando dizia "temos que encontrar aquilo que nos torna únicos, que nos dá prazer, que nos motiva todos os dias". Por isso, e como o outono chegou, hoje é um bom dia para deixarmos o "razoável" para trás e apostarmos no "extraordinário"!
domingo, 16 de outubro de 2011
E chegou ao fim mais um fim-de-semana com calor e pouca produtividade. Por norma não gosto de ser produtiva durante o fim-de-semana, julgo que o propósito dos mesmos é o "não fazer naaaada!". No entanto, com a conjuntura económica, social e política que se vive neste país (e no Mundo!) parece quase uma ofensa passar dois dias sem produzir algo! Hoje não produzi rien de rien e senti-me bem com isso - que os senhores governantes nunca leiam este blog.
E, por isso, agora estou deitada e sem sono, como seria de esperar.
E, por isso, agora estou deitada e sem sono, como seria de esperar.
sábado, 15 de outubro de 2011
Os sem-sentido que fazem todo o sentido
Amor. Crescimento. Risos. Areia. Árvores. Livros. Cama. Velas. Choro. Dor. Filmes. Beijar. Viajar. Aprender. Sofrimento. Cheiros. Mar. Lenços. Horas. Carro. Abraçar. Séries. Museus. Blog. Desafios. Conversas. Correr. Monumentos. Crescer. Palavras. Textos. Pressa. Pânico. Álcool. Noite. Loucura. Solidão. Alegria. Doença. Obsessão. Memórias. Família. Medo. Avô. Carrinhas. Fotos. Passeios. Mensagens. Sentir. Viver. Cair. Erguer.
Fim!
Do tempo e da sabedoria
Com o tempo deixamos de acreditar em sonhos, tudo começa de forma tão simples e inocente como isto.
Com o tempo as esperanças da infância caem em desuso e o Mundo oprime o nosso optimismo. Perdemos o riso espontâneo, a alegria das pequenas conquistas e a felicidade dos caminhos conquistados.
Com o tempo esquecemo-nos dos valores aprendidos em tempos idos. As palavras sábias dos pais parecem desactualizadas e são remetidas para os cantos sombrios e ausentes da memória.
Com o tempo esquecemo-nos da importância do amor. O gostar, o abraçar, o cuidar passam a ser conjugados no pretérito perfeito e contentamo-nos com essa mudança gramatical.
Com o tempo tornamo-nos naqueles seres detestáveis que odiávamos quando éramos pequenos. Sempre demasiado ocupados para tudo, sempre com uma agenda a cumprir, com um caminho a atravessar, com um assunto inadiável, com um ar de cansaço que mais parece terminal que satisfatório.
Com o tempo ficamos aquém do que imaginámos para nós e desculpamo-nos de forma esfarrapada: o tempo, as oportunidades, o dinheiro, a sociedade...
Com o tempo aprendemos a mentir sobre os nossos fracassos e a disfarçá-los com mestria.
Com o tempo perdemos a humildade e a capacidade de reconhecermos os nossos defeitos.
Sim, o tempo traz sabedoria, rugas de conhecimento e um coração cheio de recordações mas o mesmo tempo que nos traz a "iluminação" necessária para sobrevivermos neste mundo, apaga a pequena chama que todos carregamos cá dentro quando nascemos, a chama da esperança num futuro melhor.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Against all odds
Contrariamente ao que seria de esperar, já dei por mim, quatro ou cinco vezes, agarrada ao youtube a ouvir os 30 segundos. Devo estar a ficar com uma gripe upa upa...
Não, não creio no novo Orçamento de Estado
Não, não creio que estas medidas governamentais sejam as correctas.
Não, não creio que um Estado que corta na educação possa vir a ter futuro.
Não, não creio que as pessoas possam confiar num Estado que não dá o exemplo.
Não, não creio que a Função Pública seja a responsável por todos os males do país.
Não, não creio que a Sra. Merkel deva ter um papel tão importante no governo do nosso país quando, há meia dúzia de meses ela, provavelmente, nem sabia onde ficava Portugal.
Não, não creio que alguém que não nos conhece possa opinar sobre as nossas contas e o nosso dinheiro.
Não, não creio que consigamos algum dia olhar para o que somos na realidade, sem a áurea fabulosa do passado ou a ideia estúpida do presente de que fomos talhados para grande feitos.
Não, não creio que um Estado deva ser analisado como um conjunto de números mas sim como um aglomerado de pessoas.
Não, não creio que sejamos um povo preparado para a democracia.
Não, não creio que os jovens sejam "convidados" a ficar no seu país e a crescer.
Não, não creio que uma família consiga sobreviver sem passar fome e grandes necessidades com estes cortes.
Não, não creio que a culpa seja do povo mas sim dos irresponsáveis que têm governado Portugal estes anos todos.
Não, não creio que seja fácil sair da crise mas não o considero impossível.
Não, não creio que estejamos conscientes do que o futuro nos reserva.
Não, não creio que consigamos todos sobreviver com a índole intacta a esta crise.
Não, não creio que vivamos em liberdade e igualdade como a cantiga de Abril anunciava.
Não, não creio que este governo seja melhor do que o anterior.
Não, não creio que estes políticos tenham "amor à camisola".
Não, não creio que os jovens de amanhã sejam a salvação para a nossa nação.
Não, não creio que consigamos produzir algo neste país atrofiado e sem vontade de se erguer.
Não, não creio que isto vá lá com uma revoluçãozinha de meia hora.
Não, não creio que se consiga ser feliz neste "cantinho à beira-mar plantado".
Creio, sim, que Pessoa tinha razão "falta cumprir-se Portugal"
P.S. - Creio que quando saem da Assembleia vão todos juntos à marisqueira e comentam entre si: hoje demos um grande espectáculo para o povinho. Epá, não precisas fingir tão bem que não gostas de mim, eles já sabem que os nossos partidos não se gramam!
Creio que nunca conseguiremos acreditar que aquilo que se passa lá para os lados da Assembleia seja política séria e justa.
Não, não creio que um Estado que corta na educação possa vir a ter futuro.
Não, não creio que as pessoas possam confiar num Estado que não dá o exemplo.
Não, não creio que a Função Pública seja a responsável por todos os males do país.
Não, não creio que a Sra. Merkel deva ter um papel tão importante no governo do nosso país quando, há meia dúzia de meses ela, provavelmente, nem sabia onde ficava Portugal.
Não, não creio que alguém que não nos conhece possa opinar sobre as nossas contas e o nosso dinheiro.
Não, não creio que consigamos algum dia olhar para o que somos na realidade, sem a áurea fabulosa do passado ou a ideia estúpida do presente de que fomos talhados para grande feitos.
Não, não creio que um Estado deva ser analisado como um conjunto de números mas sim como um aglomerado de pessoas.
Não, não creio que sejamos um povo preparado para a democracia.
Não, não creio que os jovens sejam "convidados" a ficar no seu país e a crescer.
Não, não creio que uma família consiga sobreviver sem passar fome e grandes necessidades com estes cortes.
Não, não creio que a culpa seja do povo mas sim dos irresponsáveis que têm governado Portugal estes anos todos.
Não, não creio que seja fácil sair da crise mas não o considero impossível.
Não, não creio que estejamos conscientes do que o futuro nos reserva.
Não, não creio que consigamos todos sobreviver com a índole intacta a esta crise.
Não, não creio que vivamos em liberdade e igualdade como a cantiga de Abril anunciava.
Não, não creio que este governo seja melhor do que o anterior.
Não, não creio que estes políticos tenham "amor à camisola".
Não, não creio que os jovens de amanhã sejam a salvação para a nossa nação.
Não, não creio que consigamos produzir algo neste país atrofiado e sem vontade de se erguer.
Não, não creio que isto vá lá com uma revoluçãozinha de meia hora.
Não, não creio que se consiga ser feliz neste "cantinho à beira-mar plantado".
Creio, sim, que Pessoa tinha razão "falta cumprir-se Portugal"
P.S. - Creio que quando saem da Assembleia vão todos juntos à marisqueira e comentam entre si: hoje demos um grande espectáculo para o povinho. Epá, não precisas fingir tão bem que não gostas de mim, eles já sabem que os nossos partidos não se gramam!
Creio que nunca conseguiremos acreditar que aquilo que se passa lá para os lados da Assembleia seja política séria e justa.
A necessidade de estabilidade
Durante esta semana tive o prazer de falar com um colega meu que, durante a sua adolescência, armou-se em aventureiro e correu essa Europa de mochila às costas. Quem me conhece sabe que sempre tive esse sonho, essa vontade de procurar, de conhecer, de partir. Nunca senti que a terra onde nascemos TEM DE SER a terra onde morremos, somos, invariavelmente, seres do Mundo, do Universo!
Depois de conversar com ele, a minha vontade de percorrer esses caminhos aumentou exponencialmente. Não digo que viver em Cuba seja algo horrível, não é! No entanto, sempre senti que aqui não era a "minha praia". A vida, a oferta, o ritmo, as pessoas... Não, não é um juízo de valor, é apenas um desconforto. Creio que a primeira a notar esta "vontade" foi a minha mãe, depois os amigos e agora tornou-se tão palpável que qualquer pessoa que fale comigo, percebe que estou desejosa de partir.
Recordo-me do dia em que telefonei a um amigo meu e lhe disse que ia embarcar para a Venezuela. Claro que o rapaz se espantou e ia caindo da cadeira mas sempre achei que um dia iria fazer esse tipo de telefonema, aquele que anuncia um adeus prolongado, que traz a notícia duma viagem para o outro lado do Mundo.
Em Portugal somos assim, demasiado comodistas (apesar do estigma continuar a ser com a palavra comunistas, não aprendemos ai ai), demasiado estatais (todos temos que trabalhar sobre a alçada do Estado, com direito a cartão da ADSE e a X dias de férias), pouco empreendedores, pouco sonhadores. Tudo é analisado em lucro, em dinheiro e não em concretização e felicidade. Acredito que grande parte das pessoas que trabalham para o Estado estão a desperdiçar as suas verdadeiras competências e a exercer apenas satisfatoriamente a sua profissão.
Claro que toda esta conversa se torna obsoleta se estivermos a falar duma pessoa com casa, carro, filhos e a dita vedação a proteger o cão! Mas em que Mundo vivemos se não podemos usufruir dos nossos sonhos, se não tivermos nunca o prazer de os concretizar, se nunca os pudermos substituir por outros sonhos novos? Eu gostava tanto de não perder a minha capacidade de sonhar!
Esta conversa arrastou-se durante intervalos de aulas, esperas pelo toque e entre o ruído dos outros colegas. Ele invejava a minha idade e o sem-fim de possibilidades que ainda existe quando temos vinte anos. Eu invejava a experiência, todas as aventuras que ele tem apontadas no seu diário pessoal e toda a VIDA que ele adquiriu com as mesmas.
Falámos do Che e das suas viagens, ele falou da África onde sempre sonhou viver e eu partilhei com ele a crença que carrego: noutra vida habitei a América Latina.
Ele aconselhou-me a perseguir os sonhos, a concretizá-los, a conhecer outras culturas, outros povos... Eu, pela segunda vez esta semana, tive pena de ser portuguesa. Porque somos pequeninos nesta coisa de sonhar, porque nos contentamos com pouco e porque, sempre que encontramos alguém que ainda possui essa capacidade, rebaixamo-lo e extraímos toda a força e energia do seu ser.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Steve
Nunca possui um único objecto da marca Apple, apesar de haver cá por casa um ipod cor-de-rosa que permite à Nelinha cantar, que nem uma louca, enquanto faz as limpezas. Contudo, dou valor às pessoas que pensam "para lá da caixa" e, por isso, e como os génios vão sendo algo raro no nosso mundo, um obrigada ao Sr. Steve e um adeus.
Rock in Rio II
Sempre gostei de artistas. Considero o artista um sofredor, alguém que viva a sua vida com o fantasma da criação sobre a sua cabeça, tem muito sofrimento pela frente. Contudo, esta semana, ao ler uma entrevista num dos jornais do costume, senti uma revolta imensa em relação aos ditos artistas que pisaram o palco do Rock in Rio. Para quem pertence à minha geração, aprendemos a olhar para o Rock in Rio como uma iniciativa que visava contribuir para um mundo melhor. Qual não é o meu espanto quando leio uma entrevista com a sra responsável pela concretização dos devaneios das estrelas e descubro que aqueles artistas estão todos loucos! Para eles a ida ao Brasil, ou a qualquer outra parte do Mundo, não é vista como uma oportunidade de tocarem, de mostrarem a sua música e levá-la além-fronteiras, é vista como uma desculpa para pedidos inimagináveis e exigências sobre-humanas. É impressão minha ou muitos dos artistas que fazem aquelas exigências absurdas - que em nada contribuem para uma melhor prestação ou para uma criação artística mais "elevada" - começaram a sua carreira em bares de terceira, com os alcoólicos do costume como público? Oh meus senhores, vamos lá a ganhar juízo e a fazer música pelo simples valor e motivo de "fazer música". Afinal vocês são músicos não são decoradores - nada de fazerem exigências sobre a cor que deve predominar nas paredes do camarim - nem cozinheiros - nada de exigir o bife X, a alface Y ou a cerveja W. Somos todos adultos. O que vocês precisam é de chegar a um palco, ter algum respeito pelas pessoas que vos aturam durante dias, com a vossa postura de divas, e cantar, para aqueles indíviduos que, mesmo em tempo de crise, despendem dinheiro do seu orçamento para vos irem ver.
Aqueles lemas do rock, do pop e demais géneros musicais ficam muito aquém quando lemos estas entrevistas. Vamos lá a valorizar a profissão que essa questão das exigências fica-vos muito mal!
P.S.- Ahh e que tal pararem de consumir substâncias antes de subirem ao palco?? Já pensaram que à vossa frente estão milhares de pessoas e que, algumas delas, podem achar que vocês são um exemplo a seguir?! Sim, no mundo em que vivemos, alguém levar a vida que vocês levam é motivo para inveja! As crianças estão lá, tentem mostrar-lhes que podem ser alguém, mudar o mundo sem recorrer a essas coisas!
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Rock in Rio I
E os Coldplay homenagearam a Amy. Se não fosse o facto de estar chateada com eles por causa do Optimus, até os aplaudia. Fairplay musical - ainda que tardio - é algo que me emociona.
P.S.- O facto de eles não me terem deixado cantar o Fix You em pleno palco Optimus deixou-me muito magoada. Enfim... Nem sabem o que perderam. Eu sei o que achei: notinhas de cinco euros, todos os dias, no recinto. Ah, no último dia tentei uma internacionalização e achei cinco reais! Eles gostam tanto da minha presença que até me pagam para eu ir...
Palavras palavras
O livro da Nês continua encostado na minha estante. E as palavras? Onde andam? Fogem-me como se fossem notas de 500 euros.
Moura e Política
E pronto, já tive a minha primeira conversa política em Moura. Penso que o meu colega ponderou abandonar a sala duas ou três vezes mas, tendo em conta que eu não me calava, desistiu da ideia.
Estarei a tornar-me numa pessoa chata?!
Estarei a tornar-me numa pessoa chata?!
O jantar de Quinta
E, agora que acabei de escrever as tão-prometidas cartas, consigo fazer um balanço da formação/do jantar e de toda a experiência que foi Alcáçovas.
Na Quinta lá fui, no meu bolinhas, até Alcáçovas. Fui ensaiando discursos, recordando momentos e despedindo-me daquele caminho que percorri durante o tórrido verão alentejano.
Foi fantástico. Eles foram fantásticos. Flores, canetas, matraquilhos, bolos, Sevilhanas e muita, muita diversão!
Eles foram e são fantásticos... Vou ter tantas saudades deles :(
Foi por causa de pessoas como eles que quis dar aulas e, infelizmente, eles são a minoria. Se todos os alunos fossem como eles, este país seria um lugar muito melhor.
Um bem-haja a todos e toda a felicidade deste Mundo! E lembrem-se, NUNCA É TARDE DEMAIS!
Ora ora, ainda há quem escreva aqui!
Após uma longa e sentida ausência, regresso de forças recuperadas para o meu blog.
A ausência é justificada por um sábado muito movimentado - as comemorações do aniversário e todas aquelas pessoas fantástica que quiseram partilhar este dia e este momento comigo - e, também, um início de semana sem descanso!
Relativamente ao aniversário, tive direito a mensagens fofinhas, telefonemas carinhosos e visitas inesperadas (a nossa grávida preferida veio até ao Alentejo, heiiiiiiiiiiiii). Houve de tudo um pouco, para todos os gostos! Houve prendas, abracinhos e uma dormida fantástica, qual princesa, no sofá da sala, no fim do dia.
Foi um dia fantástico por todos os motivos e mais alguns :P
Obrigada às visitas, aos amigos, às pessoas super especiais que vivem no meu coração e que tornam o meu mundo um lugar simplesmente fantástico!
Beiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiijos a todos!
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