"Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raiz
Da vida que nos juntou..."
Poetas do meu país
Troncos da mesma raiz
Da vida que nos juntou..."
Saudade é uma palavra portuguesa. Orgulhamo-nos de ser exclusiva de Portugal, do seu significado estar envolto em lágrimas, sofrimento, melancolia e dor de tal forma que chega a ser sinónimo de Portugal. Por ser uma palavra só nossa, tão nossa, utilizo-a hoje para exprimir a saudade que tenho do que li nos livros de História, do que ouvi da boca dos revolucionários, do ideal que me venderam e no qual me fizeram acreditar. Saudades da palavra do poeta que punha em marcha a liberdade, saudades de acreditar que seria possível um futuro diferente para este país... Saudades do Ary que tão bem cantou o sonho português, saudades da vitalidade do Carlos que vai perdendo na batalha contra o tempo como só um cavalheiro sabe perder: dando luta! Saudades de cantar na rua a "Grândola" e acreditar que o sonho se estava a construir, a concretizar.
Os poetas perderam a luta; os sonhadores foram esterilizados; a juventude foi adiada... Ficaram as lágrimas, o sofrimento, a melancolia... Ficou a saudade de Portugal, o Portugal de Abril.
P.S.- O poema "As portas que Abril abriu" escrito pelo talentoso e eternamente desvalorizado (neste país que teima em julgar as pessoas pela bandeira que carregam) poeta Ary dos Santos.
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